domingo, 27 de junho de 2010

A falta de um programa de coleta seletiva: uma realidade brasileira.

Outro dia eu conversava com um amigo enquanto separava o lixo reciclável. Ele me questionava acerca do por que eu estava fazendo isso se a pessoa para quem nós doávamos o material reciclável havia parado de trabalhar com reciclagem. Foi ai que decidi escrever este texto contando este pequeno relato.
Você tem problemas com os resíduos que produz? Aparentemente não, não é mesmo? Você simplesmente deposita seus resíduos na sacola do lixo e espera que o serviço de coleta de lixo passe pela sua rua e recolha-o. Mas você separa seu lixo? Você separa o que é orgânico do que pode ser reutilizado por meio da reciclagem? Se você não separa o material reaproveitável, então na verdade, você tem um grande problema com seu lixo.
A ausência de um programa de coleta seletiva constitui-se em um dos grandes problemas enfrentados por muitas cidades brasileiras, fazendo com que a população apenas “jogue o lixo no lixo”. As prefeituras ficam ocupadas em encontrar terrenos para montar lixões – mas com apenas uma simples ação, poderiam reduzir consideravelmente a quantidade de lixo.
Na cidade em que resido, “Catanduva - SP” o programa de coleta seletiva não existe. Eu separo o que pode ser reciclado do que não pode ser reciclado e acredite a quantidade de lixo diminui e muito. No meu bairro há pessoas que sobrevivem com a renda gerada da coleta de material reciclável e sua venda. Como essas pessoas já sabem que na minha casa o lixo é separado do material reciclável, eles passam e pegam o material descartado. Mas, mesmo assim é difícil contatá-las.
Já na cidade de um colega, Araras, o programa existe. Funcionários da prefeitura distribuem sacos de lixo nos quais devem ser depositados os materiais recicláveis e na semana seguinte eles batem à sua porta para recolher os sacos de material reciclável e lhe entregar um novo saco para que daí uma semana eles voltem para recolher novamente e assim por diante.
Mas esta não é a realidade da grande parte das cidades brasileiras, onde todo lixo é jogado sem nenhum tipo de critério o que degrada ainda mais o meio ambiente. Devemos desta forma, pressionar nossos governantes para que a implantação do programa de coleta seletiva seja obrigatória em todas as cidades brasileiras.
A relação entre crescimento populacional, urbanização, saneamento básico e o crescente consumismo ainda está sem solução, nas principais cidades brasileiras, onde todos estes fatores ocorrem em escalas impressionantes. E da interação entre estas características nasce um dos maiores problemas da atualidade: o excesso de lixo
O sistema de limpeza urbana deve ser institucionalizado e capaz de promover a sustentabilidade econômica das operações, conservar o meio ambiente, preservar a qualidade de vida da população e contribuir para a solução dos aspectos sociais envolvidos, tendo em mente as condições econômicas e técnicas.
Hoje também a visão que prevalece é uma política de resíduos sustentável. Dessa forma, a política das administrações municipais deve ser direcionada para a utilização, reparação, reciclagem e redução de resíduos, além de uma prática voltada às indústrias para redução de geração de resíduos.
Alguns tipos de tratamento do lixo são: coleta seletiva, incineração e compostagem. A coleta seletiva consiste em recolher e separa o material que pode ser reciclado, como o vidro, o plástico, diferentes tipos de metais, papel. Com a coleta seletiva há uma possibilidade de reaproveitamento de mais de 90% do lixo domiciliar.
No Brasil, este tipo de tratamento do lixo vem crescendo muito nos últimos anos, mas alguns problemas ainda persistem como a falta de apoio governamental, já que a maior parte deste serviço é realizada por cooperativas. Como vantagens há a economia de energia e de recursos naturais e também geração de emprego e renda para populações de baixa renda.
Podemos concluir que o lixo é o resto das atividades humanas, considerado pelos geradores como inúteis, indesejáveis ou descartáveis. Mas isso não significa que todo lixo é inservível, pois pode se tornar matéria-prima para um novo produto ou processo ou ter uma utilidade para outra pessoa. Portanto, não devemos buscar apenas soluções que dizem onde é o melhor lugar para depositar o lixo, mas também buscar soluções que nos ajudem a diminuir a quantidade de resíduos gerados e a separar aqueles resíduos que podem ter outro uso, assim como aquelas que apontem caminhos para uma coleta e um transporte mais eficazes. Portanto, todos devemos Repensar, Reutilizar, Reduzir e Reciclar...

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